Saiba como investir em renda fixa e não perca dinheiro na Poupança

Agora que a taxa Selic aumentou e pode aumentar ainda mais, essa modalidade de investimento está em alta.

Basicamente, com os investimentos em renda fixa, a gente sabe qual será a rentabilidade contratada no fim de um determinado período. É exatamente o contrário da renda variável.

Por exemplo, se você compra ações de uma empresa na bolsa, você não sabe quanto ela te dará de retorno após um ano.

 

Já na renda fixa é diferente. Você investe seu dinheiro e assim terá uma noção do quanto ele renderá.

É claro que existem produtos de renda fixa que a previsibilidade é maior ou menor que outros. Tudo depende de qual é o indexador do produto investido.

Se você compra um produto que a rentabilidade dele é medida pelos juros (pela taxa do CDI, por exemplo), então seu rendimento vai ser mensurado por esse índice.

Ou seja, quando a taxa de juros Selic aumentar, o valor do seu retorno financeiro aumentará na mesma proporção.

Desta forma, a previsibilidade da renda fixa traz, em alguma medida, uma segurança ao investidor.

Como funciona a renda fixa?

Basicamente, a renda fixa é uma forma de empréstimo que você faz a uma instituição. Na maioria das vezes, quem pega o empréstimo do investidor podem ser:

Os bancos;
O governo por meio do Tesouro Direto;
Empresas, através das debêntures.

Você “empresta” seu dinheiro para alguma instituição que, após determinado tempo, te devolverá seu investimento com juros.

Os bancos, por exemplo, quando você compra um CDB ou LCI, ele empresta seu dinheiro para terceiros.

Dos juros que são cobrados aos devedores, uma parte vai para o banco e a outra parte vai para você.

O tesouro direto segue uma lógica próxima. Na verdade, o investidor empresta dinheiro ao governo, que devolverá o valor investido com acréscimo de juros.

Em relação às debêntures, as empresas para financiarem suas corporações, tomam empréstimo no mercado, criando assim as debêntures.

A diferença desta última modalidade para as demais é sua liquidez, que costuma ser menor.

Se você comprou uma debênture e não quiser carregá-la até seu vencimento, você pode ter algum prejuízo.

De forma geral, na renda fixa você pode encontrar diferentes tipos de ativos para investir com rentabilidades diferentes.

Como a rentabilidade dos ativos são calculados?

Os títulos de renda fixa são indexados de três formas:


pré-fixados;
pós-fixados;
Inflação.
Nos títulos pré-fixados, o banco te vende um produto que terá rentabilidade “travada”.

Ou seja, se você comprar um CDB pré-fixado a 10% da rentabilidade, a economia do país pode “quebrar” que você receberá os 10%.

A vantagem desse índice é que em contexto de queda de juros, seu produto valoriza bastante.

Mas o contrário também é ruim: se os juros e a inflação aumentarem, você poderá ver sua rentabilidade diminuir.

Por isso que existe outro tipo de índice, o chamado pós-fixado. Ele varia de acordo com a taxa Selic e seu subproduto, o CDI.

Com a variação dessas taxas, a rentabilidade do seu título varia na mesma proporção.

Há ainda os produtos que são indexados ao IPCA (índice de inflação) + um determinado valor, que seria o “prêmio” do investimento


Logo, a vantagem desse índice é que seu dinheiro fica protegido da inflação.
Um dos principais ativos de renda fixa são aqueles emitidos pelos bancos. A grande vantagem deles é a proteção que eles têm do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Com FGC, seu dinheiro fica protegido – até R$250 mil reais o fundo cobrirá seu possível prejuízo.


O tesouro direto é uma forma do investidor comum comprar títulos da dívida pública.
O governo utiliza do capital dos investidores para pagar suas dívidas e, em troca, dá um “prêmio” para quem comprou seus títulos.

De fato, o tesouro direto possui muitas vantagens, tais como:

Alta liquidez;
Diferentes títulos para diferentes tipos de investidores;
Altíssimo grau de segurança.

Enquanto a maioria dos títulos emitidos pelos bancos, a liquidez do tesouro direto é muito maior.

Você pode investir a partir de R$ 30,00 – no tesouro Selic – e retirar o dinheiro quando quiser.

Porém, você precisa, antes, entender quais títulos e quais momentos você poderá sacar seu dinheiro sem prejuízos.

Tesouro Selic

É o título mais conservador do tesouro, com rentabilidade atrelada à taxa Selic.

Nos últimos anos, com a queda dos juros, o Tesouro Selic perdeu a potência, mas continua relevante.

Ele substitui de forma eficiente a Caderneta de Poupança, tendo liquidez semelhante e rentabilidade maior.

Sendo assim, para quem precisa poupar para usar o dinheiro em um prazo mais curto, o tesouro Selic é uma boa opção.

Tesouro prefixado

Nos títulos prefixados do tesouro, o investidor sabe exatamente qual a rentabilidade que receberá no vencimento.

Muitos utilizam dos títulos prefixados para especular sobre o valor da taxa de juros.

Esses títulos ganham valorizaram em momento de baixa dos juros, o que pode beneficiar investidores mais arrojados.

O grande problema é para aqueles que desejam sacar o dinheiro antes do vencimento.

Até porque, é muito possível que o investidor tenha perdas quando não leva o investimento até o final.

Tesouro IPCA+

Um dos preferidos dos investidores, o Tesouro IPCA garante uma rentabilidade que mescla o índice de inflação (IPCA) somado com uma taxa prefixada.

Por esse motivo o Tesouro IPCA é tão importante, pois ele protege o lucro dos investidores oferecendo um prêmio acima da inflação.

Um exemplo: Se você investiu em qualquer outro produto e teve uma rentabilidade de 4%, mas a inflação está a 5%, logo, seu dinheiro será “consumido” pelo aumento dos preços.

Com o Tesouro IPCA, sua rentabilidade sempre estará acima da inflação. Porém, existem alguns detalhes que você não pode deixar passar.

Primeiro, este título sofre com a marcação a mercado.

Como esses investimentos são atrelados a índices de juros futuros, a expectativa do valor da rentabilidade varia todos os dias.

Por isso, o Tesouro modifica diariamente o valor dos títulos negociados.

Em outras palavras, se você tirar seu capital antes do vencimento, você poderá vender seu título por um preço menor que você comprou. Na verdade, o contrário também é real.

Dessa maneira, é possível que o título se valorize após sua compra e, por este motivo, você pode ter lucros maiores que a rentabilidade inicial.

Por isso que muitos investidores realizam o lucro dos títulos do Tesouro IPCA e decidem não esperar até o vencimento do título. Essa é uma vantagem da marcação a mercado!

Porém, “aconteça o que acontecer”, a rentabilidade acordada no momento da compra do título será dada após o vencimento.

Existem inúmeras corretoras e bancos que oferecem diversos produtos de renda fixa e a maioria desses títulos são acessíveis para compra.

O mais importante de tudo é você analisar o quanto tempo você vai precisar do dinheiro investido.

Se for um capital que você precisará usar, o melhor é procurar produtos com liquidez diária, tais como:


Tesouro Selic;
CDB com liquidez diária.
Caso contrário, você ficará com menos dinheiro do que no dia que decidiu investir.

Outro elemento importante é escolher o índice que mede a rentabilidade do título investido.

Assim, nos períodos em que as taxas de juros estão em queda, os prefixados são interessantes. E quando há alta eminente dos juros, os pós-fixados podem ser utilizados.

Já os títulos híbridos atrelados ao IPCA, são bons em qualquer situação do mercado.


Nos últimos 5 anos, as taxas de juros têm caído progressivamente no Brasil. Por isso, a renda fixa deixou de ser tão atrativa quanto em períodos anteriores. Mesmo assim ela não perdeu sua relevância.
Até porque, o Banco Central sinalizou que a tendência é que a taxa básica de juros continue a subir. Ou seja, a renda fixa estará mais atrativa do que nos anos anteriores!

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